De acordo com um estudo, a taxa de pessoas com insuficiência de vitamina D no Brasil é de 50,9% mesmo no verão.
Conhecida popularmente como a “vitamina do sol”, a vitamina D é um nutriente essencial para o bom funcionamento do organismo. Embora seja chamada de vitamina, hoje ela é considerada um hormônio, devido a todas as suas funções e características.
Sua principal função é auxiliar na absorção de cálcio e fósforo, elementos indispensáveis para a formação e manutenção de ossos e dentes fortes. Além disso, a vitamina D é crucial para o sistema imunológico, ajudando o corpo a combater infecções e reduzir inflamações.
O que a torna especial é sua relação direta com a luz solar. Diferentemente de outras vitaminas, ela pode ser produzida pelo próprio organismo quando a pele é exposta à luz ultravioleta B (UVB). Por isso, pessoas que vivem em regiões com pouca luz solar ou que passam muito tempo em ambientes fechados podem enfrentar dificuldades para manter níveis adequados dela.
FUNÇÕES DA VITAMINA D
A vitamina D desempenha uma série de funções essenciais no organismo, indo muito além do que se imagina.
Uma das suas principais atribuições é regular a absorção de cálcio e fósforo no intestino, dois minerais indispensáveis para o desenvolvimento e a manutenção de ossos e dentes saudáveis. Sem a vitamina D, a eficiência do corpo em absorver cálcio diminui drasticamente, comprometendo a mineralização óssea e aumentando o risco de várias condições.
Ela age promovendo o equilíbrio entre a reabsorção e a formação óssea. Em crianças, a falta dela pode causar raquitismo, uma condição que resulta em ossos moles e deformados.
Em adultos, sua deficiência pode levar à osteomalácia, caracterizada por dores ósseas e fraqueza muscular. Além disso, na fase idosa, baixos níveis de vitamina D estão associados ao desenvolvimento de osteoporose, uma doença que torna os ossos frágeis e suscetíveis a fraturas.
Outro papel crucial da vitamina D está na modulação do sistema imunológico. Ela auxilia na defesa contra infecções, promovendo a produção de proteínas antimicrobianas que ajudam a combater microrganismos invasores.
A vitamina D vai muito além de ser apenas “a vitamina do sol”. Ela desempenha um papel essencial no equilíbrio mineral, na saúde dos ossos e músculos e no fortalecimento do sistema imunológico, mostrando-se indispensável para o bom funcionamento do organismo como um todo.
FONTES DE VITAMINA D
A vitamina D pode ser obtida de diferentes formas, sendo a principal delas a exposição ao sol, seguida da suplementação e, em menor grau, pela dieta. Entender como cada uma dessas fontes funciona é essencial para garantir níveis adequados dessa vitamina no organismo:
EXPOSIÇÃO AO SOL
A exposição à luz solar é a forma mais natural e eficiente de obter vitamina D. Quando a pele é exposta aos raios ultravioleta B (UVB), um composto chamado 7-desidrocolesterol, presente na camada superficial da pele, é convertido em vitamina D3, que é posteriormente ativada pelo fígado e pelos rins para exercer suas funções no corpo.
A quantidade de tempo necessária ao sol varia de acordo com fatores como horário, idade e localização geográfica. Em geral, cerca de 10 a 30 minutos de exposição solar direta, de 3 a 4 vezes por semana, são suficientes para a maioria das pessoas.
Para aumentar os níveis de vitamina D, o horário ideal para tomar sol é entre 10h e 15h, quando a radiação ultravioleta B (UVB) está mais intensa
No entanto, esse horário exige cuidados devido ao risco de danos à pele, como queimaduras e envelhecimento precoce, além do aumento do risco de câncer de pele. É importante equilibrar a exposição para aproveitar os benefícios da síntese de vitamina D sem prejudicar a saúde.
SUPLEMENTAÇÃO
Os suplementos de vitamina D são uma alternativa importante para pessoas que não conseguem manter níveis adequados por meio da exposição solar ou da alimentação.
A suplementação é recomendada quando os níveis de vitamina D no sangue estão baixos (menos de 20 ng/mL, de acordo com muitos especialistas) ou quando fatores ambientais e condições individuais impossibilitam a obtenção adequada da vitamina pelas fontes naturais.
Ela pode ser usada tanto para tratar deficiências quanto para manutenção, sob orientação médica.
DIETA
A obtenção de vitamina D pela dieta é possível, mas sua eficácia é limitada. Isso porque a quantidade de vitamina D presente nos alimentos é relativamente pequena, e poucos alimentos naturais são boas fontes desse nutriente. Apesar disso, a alimentação pode contribuir para complementar os níveis de vitamina D, especialmente se for combinada com exposição solar ou suplementação.
A recomendação diária varia de acordo com idade e condições de saúde, mas para adultos saudáveis, a ingestão média recomendada é de 600 a 800 UI por dia, enquanto alimentos ricos em vitamina D normalmente fornecem quantidades modestas.
Por exemplo:
- 100g de salmão: ~400 UI.
- Um ovo: ~40 UI.
- 1 copo de leite fortificado: ~100 UI.
Assim, mesmo uma dieta rica em alimentos fonte de vitamina D geralmente não é suficiente para suprir as necessidades diárias, especialmente em indivíduos que não se expõem ao sol. Para essas pessoas, a suplementação pode ser essencial.
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D
Os sintomas da deficiência de vitamina D podem variar em intensidade e nem sempre são facilmente percebidos. Muitas vezes, os sinais são sutis e só se tornam evidentes em casos mais graves. Entre os sintomas mais comuns, destacam-se:
- Dores ósseas e fraqueza muscular: A deficiência pode levar à redução da mineralização óssea, causando desconforto, fragilidade e aumento do risco de fraturas.
- Fadiga e cansaço: Níveis baixos de vitamina D podem contribuir para sensação constante de falta de energia.
- Alterações no humor: Depressão e irritabilidade são sintomas ligados à deficiência de vitamina D, já que ela influencia neurotransmissores como a serotonina.
- Maior suscetibilidade a infecções: A vitamina D é fundamental para o sistema imunológico, e sua falta pode aumentar a frequência de gripes, resfriados e outras doenças.
O diagnóstico da deficiência de vitamina D é feito por meio de um exame de sangue que mede os níveis de 25-hidroxivitamina D (25(OH)D), a forma inativa da vitamina circulando no sangue. É o método mais confiável para avaliar o status da vitamina D no organismo.